É que eu não sentirei falta do seu beijo, nem do seu abraço, talvez do seu cafuné, mas não do seu carinho, nem do seu perfume, nem das nossas conversas, ou das risadas, ou daquele jeito que você me olhava no início...
Não sentirei falta daquela gororoba que você fazia para a gente comer, não sentirei falta de passar as tardes com você, ou de sair a noite, nem mesmo do seu sorriso...
Porque são coisas que não me pertenciam mais há muito tempo, que você não me dava mais. São coisas que eu me lembro muito vagamente, são coisas que a nossa falta de cuidado com o nosso relacionamento fizeram com que sumisse. Não te culpo por tudo isso, nem me culpo. Culpo nós dois, como o casal que éramos, fomos imprudentes com o sentimento do outro e com o nosso mesmo e deixamos chegar aonde chegou.
Talvez pudesse ser tudo diferente, mas não foi. Foi do jeito que deveria ter sido e aprendemos com isso, aprendemos um com outro.
Agra chegou a hora de fechar a mala, dar uma última olhada na casa, talvez até aquele último suspiro de um viajante que parte sem rumo, e seguir em frente com mais um aprendizado na nossa bagagem. A vida é muito engraçada, demoramos de verdade, 10 anos para nos conhecer de fato, vai saber o que o destino nos reserva lá na frente. O mundo gira, a vida anda e o tempo passa. A única coisa que não muda é o que sentimos, isso apenas fica guardado dentro de baú, lá no fundo, até que um dia um apareça para o outro para ressuscitar esse sentimento.
Sem mais, boa noite, ou melhor dizendo, bom dia!
